Aos atletas,
Estou há 25 anos à frente de nosso Sindicato, com o maior orgulho, e tenho a clareza de que não fui o melhor zagueiro do mundo, porém, tenho a certeza de que sempre cumpro bem as tarefas para as quais sou designado. Muitas pessoas, nos últimos tempos, focaram seus holofotes no Sindicato. Ele continua de portas abertas, para quem quiser colaborar. Porém, já há algum tempo, tenho deixado claro que gostaria de me afastar da presidência e, no ano passado, fui convencido por pessoas – que, como eu, querem o bem da categoria – de que deveria permanecer por mais um mandato, para que o Sindicato pudesse realizar um sonho de todos nós: a construção do centro de treinamentos do SAFERJ. E só topei, pois, ao longo dos últimos anos, conseguimos, com o esforço de muitos, economizar cerca de R$11.000.000,00 (onze milhões de reais), dinheiro que está aplicado e disponível para esta obra.
Com as mudanças dos últimos anos, o futebol regional tem um calendário muito pequeno e a nossa preocupação é com o jogador que não tem uma temporada completa e ainda precisa ter recuperação e treinamentos para o desenvolvimento da atividade, sem necessitar de favor de amigos, para arrumar um local onde possa treinar e fazer recuperação. Fico indignado quando vejo pessoas que, maldosamente, tentam denegrir um trabalho de anos e colocar todo mundo em uma vala comum de esquemas, ou qualquer outra insinuação, para dizer que o Sindicato não realiza um trabalho que dá apoio total à classe, fora o desgaste de muitas discussões com dirigentes e políticos.
Brigar por melhoras não foi fácil, porém não vou ficar aqui lamentando, prefiro comemorar a parte boa; hoje, o atleta tem mais diretos, é mais respeitado e temos um prédio próprio, que é motivo de orgulho, com instalações que abrigam, não só a nossa sede administrativa, como uma academia (com 1.150 alunos), que serve aos atletas, à comunidade e à CASA DO ATLETA. Aliás, a CASA DO ATLETA desenvolve atividades sociais para a nossa categoria, dispondo de: fisioterapia, dentista, aulas de inglês, assistência jurídica para o atleta, projeto de treinamentos para jogadores sem contrato e assistência social (com cestas básicas, auxílio doença, condomínio e aluguel). Quando um clube não paga o salário do atleta, o Sindicato muitas vezes o auxilia, pagando a passagem de retorno a sua cidade.
Enfim, o nosso trabalho é silencioso, pois sou avesso a ficar propagandeando isso, porque essa, em minha opinião, é a nossa obrigação. Acontece que ontem, um jornalista (entendo o seu trabalho) telefonou para nós dizendo que tinha uma denúncia, o que me deixou bastante chateado e indignado e, por isso, a minha manifestação neste espaço. Alguém que, em sua vida, jamais deve ter contribuído para nada, disse a esse jornalista que eu estou aqui há anos e que pratico nepotismo, pois o meu filho trabalha na academia que funciona dentro do Sindicato. No entanto, o meu filho – e digo isso com um enorme orgulho – é o gerente da academia e o seu responsável técnico perante os órgãos e o CREF (Conselho Regional de Educação Física), como exige a lei. É graduado pela Universidade Gama Filho e pós-graduado em treinamento desportivo e fisiologia do exercício.
Para deixar claro como administro o Sindicato e como imprimimos o profissionalismo em nosso gerenciamento, prestamos as contas de todas as nossas atividades, em todas as assembleias. Me perdoem pelo desabafo, mas, se eu estou à frente do SAFERJ há 25 anos, é motivo de orgulho, pois, ao longo desse tempo, tenho recebido muito apoio da categoria e, como temos eleição, é nela em que me baseio para confirmar o que digo. Por isso, resolvi colocar, abaixo, todas as perguntas, com as devidas respostas que enviei ao jornalista.
ENTREVISTA CONCEDIDA AO JORNALISTA HENRIQUE BATISTA, CUJAS PERGUNTAS FORAM FEITAS ATRAVÉS DO TELEFONE E RESPONDIDAS VIA E-MAIL:
HÁ QUANTO TEMPO É PRESIDENTE DO SINDICATO?
Assumi o Sindicato em 1990, com a saída do Gaúcho, ninguém quis assumir e eu topei o desafio e consegui reunir um grupo muito a fim de fazer o sindicato dar certo.
A lei determina que só um profissional com 2 anos de atividade dentro de uma profissão possa assumir a presidência de um sindicato.
Eu sou aposentado pela categoria e acho muito difícil que um jogador em atividade possa ser presidente, pois com treinos, concentrações e viagens, vai faltar tempo para desenvolver os trabalhos e atividades necessários para a categoria.
Além do desgaste do embate com os dirigentes e as discussões sobre a legislação que demandam tempo e muitas vezes viagens.
A eleição é de quatro em quatro anos e no ano passado, quando quis sair da presidência, para definitivamente me aprofundar na carreira de treinador, meus companheiros me convenceram a permanecer para um último mandato, pois vamos fazer um CT, que é um projeto definitivo para a categoria.
O jogador que não estiver empregado, vai ter um local onde treinar, sem depender de favor.
Na atual diretoria, estão no Conselho Fiscal, atletas em atividade como o Jefferson, o Paulo Victor e o Léo Moura.
QUAL É O VALOR DA MENSALIDADE?
R$ 15,00, porém é facultativo.
Mesmo que um jogador não seja sócio do sindicato tem acesso a todos os benefícios:
Na casa do atleta temos uma serie de benefícios:
fisioterapia,
dentista,
academia,
departamento jurídico,
aula de inglês,
projeto de atletas sem contrato,
assistência social com cesta básica, auxílio doença, condomínio e aluguel,
Quando um clube não paga o jogador e o atleta quer retornar à sua cidade de origem o sindicato paga a passagem para que ele possa retornar pra casa.
SE O ALFREDO SAMPAIO RECEBE SALÁRIO?
Sim, aliás toda diretoria, formada por ex-atletas.
Assim todos são obrigados a dar expediente, ter responsabilidade e são cobrados pelo que fazem.
QUAL É O ORÇAMENTO DO SINDICATO?
Temos um orçamento de aproximadamente R$ 1.400.000,00 ( um milhão e quatrocentos mil reais ) por ano.
E aplicados cerca de 11 milhões, que serão usados para fazer o CT do sindicato, tenho a pretenção de começar o CT ainda esse ano.
Para poder guardar esses recursos foi feita uma academia no prédio do sindicato, que serve além dos atletas, a comunidade.
Temos 1.150 alunos, são 5 andares de academia, com todas as atividades ( natação, pilates, musculação, dança e tudo que interessar aos adeptos ).
O nosso prédio tem 1.400 metros e fica no bairro da Tijuca. Minha ideia foi criar uma fonte alternativa de arrecadação e melhorar todo o atendimento e assistência para os jogadores de forma gratuita e evitar taxas aos atletas.
SEU FILHO TRABALHA NA ACADEMIA?
Sim. Eu tinha um gerente e as pessoas reclamavam muito dele, meu filho o substituiu e agora gerencia a academia.
Toda academia, por determinação do Conselho Regional de Educação Física, CREF, deve ter um responsável técnico e ele que é formado pela Gama Filho, com pós graduação em treinamento desportivo e fisiologia, preenche todos os requisitos necessários para o cargo.
Toda a responsabilidade da academia perante a legislação e ao CREF é dele.
QUANTO GANHA SEU FILHO?
Todas as contas sempre estiveram à disposição dos sócios do sindicato e são levadas às assembléias para aprovação conforme determina a lei.
Ele ganha salário de mercado.
O valor jamais foi questionado pelos associados.
E ele cumpre rigorosamente com suas todas as suas obrigações.
E tal qual todos os demais prestadores de serviços, passa por criteriosas avaliações periódicas.
Henrique estamos à disposição para qualquer outro esclarecimento necessário a sua matéria.
Rio de Janeiro, 09 de julho de 2015