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FCF e sindicato divergem sobre intervalo entre partidas no Cearense

Sindicato dos Atletas fez notificação sobre partidas que estariam colocando a vida dos jogadores em risco, durante o Campeonato Cearense

GLOBOESPORTE.COM

O pequeno intervalo entre partidas do Campeonato Cearense tornou-se mais um motivo para queda de braço entre o Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado do Ceará (Safece) e a Federação Cearense de Futebol (FCF). Uma audiência no Ministério Público acendeu divergências sobre a possibilidade de a FCF garantir calendário menos desgastante para os clubes, durante o Campeonato Cearense de 2014.

A reunião ocorreu após denúncia do Safece que dizia respeito a doze partidas do Estadual, realizadas sem o intervalo mínimo de 66 horas - o que estaria colocando a vida de atletas em risco.

- Nós não queremos que aconteça como acontece no Brasil, onde ninguém respeita a regra. Não queremos que morram jogadores e depois é que vão averiguar o que poderia ser feito. Procuramos o Ministério Público porque se esgotaram as vias de diálogo - explica o presidente do sindicato, Marcos Gaúcho.

As 66 horas reivindicadas são previstas no artigo 25 do Regulamento Geral de Competições (RGC) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
 
Segundo o diretor jurídico da FCF, Anastácio Nascimento, no entanto, a norma é aplicável somente às competições que estão sob tutela da entidade nacional - Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro.

- O Campeonato Cearense é regido pelo RGC da Federação Cearense de Futebol, que prevê intervalo mínimo de 60 horas. Essas 60 horas estão sendo cumpridas - defende.

As 60 horas da entidade local, ainda de acordo com o diretor jurídico, são para jogos cujo time visitante precisa fazer deslocamento superior a 150 quilômetros para jogar. Quando menor, o intervalo pode ser reduzido para 40 horas - 44 para a CBF.

Das doze partidas em que se verificou intervalo inferior a 66 horas, dez foram na primeira fase do Estadual e duas na segunda fase. Jogos que acontenceram terça e domingo ou quinta e sábado colocaram atletas em risco, segundo o sindicato, em virtude do alto esforço que uma partida de futebol exige. O esforço se entende em treinamentos exaustivos e período para concentração.

FCF prevê calendário mais complicado em 2014
O procurador do Ministério Público do Ceará (MP-CE), Ricardo Araújo, analisou a notificação do Safece e abriu prazo de 15 dias para que o sindicato apresente estudo fisiológico, detalhando o desgaste físico dos atletas, além de documento que comprove ser o regulamento da CBF soberano ao da entidade local na competição.
- Não existe nenhuma legislação sobre isso. Adianto que essa reunião não foi nada produtiva - garante o diretor jurídico da FCF, Anastácio Nascimento.

O presidente do Safece acredita no contrário. Segundo Marcos Gaúcho, após a apresentação das evidências, as partes - clubes, sindicato e FCF - devem assinar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), a fim de evitar jogos sem o espaço mínimo estipulado.

- Do jeito que está, todos perdem. Jogador, clube e torcedor. A nossa briga é para que imprensa e dirigentes de forma geral respeitem o atleta como trabalhador, com suas dificuldades, seus compromissos. A gente espera ter uma grande vitoria pro atleta e pro futebol cearense - reforça. Mas a FCF alerta.

- Nós não podemos assinar esse termo de ajuste de conduta para o campeonato do ano que vem, porque a tabela ainda tem que ser feita. O grande problema é saber o calendario do ano que vem. Vamos ter parada em junho devido a Copa do Mundo de mais de um mês e o calendário vai ser completamente corrido. Vai ser mais complicado do que esse ano - rebate Anastácio.
 
 O diretor jurídico garante que, caso os riscos apresentados pelo Safece sejam comprovados, a FCF avaliará a assinatura do termo.

- Nós vamos estudar a possibilidade de mudar os horários, porque o maior problema dessas 66 horas diz respeito aos jogos às 10 horas da noite, que terminam por volta de meia-noite - pontua.

Clubes reclamam de desgaste


O GLOBOESPORTE.COM/CE também ouviu representantes do Tiradentes, Ferroviário, São Benedito e Horizonte, que participaram da reunião no MP. A opinião é unânime e todos defendem o espaço mínimo de 66 horas entre partidas, independentemente do local onde são realizadas.

- Se é impossível fazer a recuperação de um atleta em menos de uma semana, imagine em menos de 66 horas - argumenta o advogado do Tiradentes e do Horizonte, Denis Luis de Abreu.

Na semana de 20 a 26 de janeiro, o Ferroviário chegou a entrar em campo três vezes - domingo, terça e sábado. A sequência gerou reclamação de dirigentes, que chegaram a protocolar alguns ofícios, sem sucesso. Para o diretor social do clube, Rui Neto, a queda de rendimento na segunda fase se deve, em parte, ao pequeno intervalo dos jogos.

- Os atletas deram tudo de si na primeira fase - quando o time terminou em segundo lugar - e agora estão sendo prejudicados - afirma. O presidente do São Benedito, Aurélio Alves, lembra uma maratona a qual o Azulão da Serra precisou ser submetido, na primeira fase do Campeonato Cearense.

- Fomos muito prejudicados com a tabela. Fui obrigado a jogar em Juazeiro do Norte, no domingo, depois voltei pra jogar em Sobral, na quarta. De lá fui pra Juazeiro de novo, pra jogar no domingo, e em seguida fui para São Benedito, jogar na terça. Passamos quase 15 dias em ônibus e em hotel, não tivemos descanso - conclui.
O São Benedito foi um dos rebaixados do Cearense neste ano, junto com o Maracanã.

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