A FENAPAF (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol), que desde sua fundação em 2001 vem discutindo com as diversas esferas esportivas e legislativas tudo o que envolve o atleta de futebol. A entidade deixa claro que neste momento onde os clubes têm enorme dificuldades financeiras que a FENAPAF continua sua batalha para organizar o futebol como um todo. Neste período muitas decisões foram através da negociação e outras foram através dos tribunais. Entendemos que uma das principais questões para que uma negociação seja bem sucedida é a de executá-la com lealdade,sempre nas salas onde elas se realizam. Sabemos ainda que em uma negociação não é possível ganhar tudo o que se almejava, mas, nem por isso é correto sair da sala de negociação falando mal da parte contraria. Somente sabendo respeitar o jogo da negociação é que se avança, exatamente como vimos fazendo. A intenção da FENAPAF é em primeiro lugar saber e definir o que é um clube profissional. Não adianta organizar calendário, proporcionar passagens e estadias, para clube que não tem condição de pagar salário. Queremos que os clubes se reorganizem financeiramente e que o Congresso Nacional, através de seus deputados, tenha a responsabilidade de criar uma lei, que não permita que dirigentes criem dívidas que consequentemente prejudiquem as finanças dos clubes e saiam impunes, como tem acontecido ao longo do tempo. Aliás, essa já era nossa posição desde a criação da Timemania e o governo não teve a coragem para sustentá-la. As conquistas da FENAPAF para a categoria estão aí registradas e só não enxergam aqueles que não querem ver ou aqueles que insistem em não nos dar o crédito merecido. As férias de 30 dias estão garantidas por uma medida judicial desde 2005. Os sindicatos do Rio de Janeiro e de São Paulo, afiliados da FENAPAF, através de seus presidentes já haviam garantido junto a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), e federações locais o período de pré-temporada para 2015. Isso só não foi possível para esse ano, em função da Copa do Mundo. “O Sindicato de São Paulo já conseguiu garantir em regulamento há duas temporadas junto a federação local, que a falta de remuneração do atleta faz com que a equipe perca pontos no Campeonato Paulista”, disse Rinaldo Martorelli, presidente da FENAPAF. “Podemos também citar o fim do passe; direito de arena; respeito à categoria para que em nenhuma hipótese o jogador treine fora do grupo principal, como acontecia no passado; ação judicial para preservação da saúde dos atletas, que no verão obriga as partidas a terem início às 17 horas e uma série de outras conquistas ao longo dos anos”, destacou. “Em todos os momentos sempre nos manifestamos oficialmente e por isso enfrentamos várias batalhas com os dirigentes dos clubes e das entidades do futebol brasileiro. Diversas vezes fomos aos clubes em nome dos atletas reclamar e tomar todas as providências necessárias quanto a falta de pagamentos”, ressaltou Martorelli. “O que neste momento nos deixa muito preocupados e perplexos é que o movimento Bom Senso poderia ser mais assertivo e colaborar definitivamente com a categoria ao invés de ficar atacando os sindicatos. Quando nos reunimos com o Paulo André, ele foi taxativo e disse que não tinha nada contra os sindicatos, mesmo porque ele foi responsável por algumas ações no sindicato de SP, que aliás, está sempre aberto para quem quiser trabalhar em prol dos atletas. Nós sabemos que no Brasil as coisas funcionam mesmo assim, infelizmente, as pessoas não se envolvem nunca quando o bolso está vazio ou precisam ainda conquistar seu espaço, mas quando estão numa condição financeira vantajosa ou não tem mais nada a perder aí resolvem se pronunciar e geralmente criticam sem conhecer o mínimo daquilo do que estão falando”. “Nós da FENAPAF temos a responsabilidade de conduzir todas as discussões para a melhor situação possível do futebol como um todo, sempre com independência e sem subordinação a quem quer que seja, olhando sempre o que for melhor para a categoria e para o futebol”, continuou. “Nós também não trabalhamos de acordo com o clamor público, não trabalhamos com pesquisa de marketing, fazemos o que é necessário. Acudimos, principalmente, os atletas dos clubes pequenos, encaminhamos atletas para cirurgias, damos todas as assessorias necessárias, resgatamos atletas no estrangeiro, enfim, fazemos. Estamos sempre abertos ao diálogo com àqueles que verdadeiramente querem, antes de se fazer importante, trabalhar em prol de uma categoria que ainda não é reconhecida, de fato, como uma categoria profissional e nada e nem ninguém que nunca participou, que jamais gastou um minuto de seu precioso tempo em prol da organização do futebol e que resolveu que agora tem a formula mágica, vai nos impedir de continuar adiante.” “Quero deixar clara que a posição da FENAPAF vai ser a de como fizemos ao longo desses anos, debater e tornar as providências em nome dos Sindicatos que representam 22 mil jogadores de futebol no país”, finalizou Rinaldo Martorelli presidente da FENAPAF.