O novo ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), descartou compor a APfut (Autoridade Pública de Governança do Futebol) com membros da chamada "bancada da bola", grupo de parlamentares ligados à CBF.
A APfut, criada em decreto no início deste ano, serve para fiscalizar se os integrantes do Profut, a lei de refinanciamento de dívidas dos clubes, estão cumprindo uma série de responsabilidades administrativas necessárias para terem acesso aos juros e prazos facilitados.
A APfut é formada por membros advindos de indicações políticas ou esportivas.
"Não há nenhuma indicação de alguém da bancada da bola", reiterou o ministro, em entrevista à Folha. "Eu farei as novas indicações de forma urgente, nesta semana ainda. Vou pedir aos ministérios que reafirmem seus nomes", complementou.
Assim que assumiu o comando da pasta, nesta sexta-feira (13), Picciani barrou a nomeação de todos os indicados pelo governo Dilma Rousseff ao órgão. Eram eles Ricardo Gomyde, Manoel Messias Melo e Sóstenes Marchezine Santos.
Picciani disse que anulou a entrada deles devido a duas razões. "A primeira é que o ato foi publicado na véspera da minha posse. A APfut não chegou a se reunir nem sequer chegou a ser instalada. As vagas dos representantes não estão vinculadas às pessoas, mas sim aos ministérios. O da Previdência, por exemplo, deixou de existir."
O peemedebista não pretende manter o presidente da autoridade, César Carrijo – ligado à equipe da Casa Civil do governo Dilma, Carrijo foi uma indicação de Edinho Silva, que comandava a Secom.
Picciani, porém, descarta que o substituto na presidência da APfut será indicado pelo deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que foi relator do processo de impeachment na Câmara.
"A informação de que o deputado Jovair Arantes irá indicar é inverídica. Ela é absolutamente falsa. Nem o deputado Jovair Arantes solicitou algum tipo de indicação nem eu abri qualquer possibilidade", disse.
Folha de São Paulo
PAULO ROBERTO CONDE
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
GUSTAVO URIBE
DE BRASÍLIA