O presidente da FENAPAF, Felipe Augusto Leite, analisa os primeiros 150 dias à frente da instituição numa entrevista exclusiva ao portal www.fenapaf.org.br.
Veja a seguir:
1. Presidente, o senhor viajará na próxima terça feira (30/08) à Holanda cumprindo formalidades junto à FIFPro. O que espera desse encontro?
Passarei a semana em Amsterdã conhecendo a estrutura e as pessoas que comandam a Federação Internacional de Futebolistas. Irei com o colega Alfredo Sampaio, Conselheiro Deliberativo da nossa entidade e presidente do sindicato do Rio de Janeiro. Será a apresentação ao mundo sindical do novo presidente da FENAPAF. Evidente que pretendemos tratar de alguns temas específicos, com ênfase na presença do nosso país no contexto global e nosso reposicionamento no tabuleiro das lideranças mundiais. Vamos lutar pra trazer o Congresso Mundial novamente para o nosso País.
Alfredo Sampaio, Conselheiro Deliberativo da FENAPAF e presidente do SAFERJ
2. Como estão sendo os primeiros 150 dias como presidente da FENAPAF?
Tenho tido muito apoio do Conselho Deliberativo neste começo de muitas decisões, nomeações para funções estratégicas, comunicação com a imprensa nacional e iminente mudança na legislação esportiva. Os presidentes dos sindicatos estaduais e os membros da atual diretoria também vivem este momento de renovação e novas experiências desde que os ex-presidentes resolveram abrir a administração da entidade para novas lideranças. Humildemente, acho que este começo passa da média.
3. Nesta semana foi noticiado que a CBF pretende rever o projeto de permanência em atividade indeterminada da seleção de futebol feminino. O que acha o presidente da FENAPAF?
Certamente que é um tema bastante interessante e controverso, para não dizer delicado. A CBF fez nos últimos anos um grande investimento no futebol feminino, não há dúvida disto. O próprio Comitê de Reformas possui um grupo de trabalho (GT Futebol Feminino) que estuda com denodo essa modalidade, onde sua principal referência, a ex auxiliar Ana Paula Oliveira, fez um belo texto conclusivo. A Lei do PROFUT prevê que os clubes que aderirem ao refinanciamento das dívidas tem obrigação de investir na modalidade, sob pena de exclusão do programa. Acho que essas e outras ações derivadas completarão futuras ações de governo que venham a inserir o futebol feminino na grade curricular escolar. Países como os Estados Unidos e a Suécia tem alcançado sucesso na educação das crianças e nos resultados das competições, pois, se acostumaram a fazer o esporte desde cedo, não como se faz no Brasil, em que o incentivo chega na fase adulta, tardia. Precisamos evitar atropelamento das fases do processo para que a modalidade se torne afeiçoada ao povo brasileiro e aos patrocinadores, consequentemente. E esse começo deve ser na escola.
4. Como está o andamento da proposta de lei que prevê a criação da Lei Geral do Futebol?
A Comissão de Esportes da Câmara dos Deputados que trata da PL tem realizado mesas redondas em várias capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Natal, Curitiba e Goiânia. A FENAPAF sempre foi convidada como representante da categoria à nível nacional e esteve em todas, apresentando sugestões, mostrando as grandes diferenças nas condições de trabalho, remunerações e respeito a profissão do jogador de futebol Brasil afora. É difícil fazer uma lei que distribua justiça à todos, com justiça. No Brasil, apenas 2% dos atletas de futebol ganham acima de dez salários mínimos por mês. A esmagadora maioria passa necessidade, está desempregada e este é o nosso grande desafio. Em todo o caso, certamente que a primeira redação do projeto que foi apresentada há um ano será bem diferente da que será aprovada agora. O futuro desse processo legislativo também iremos acompanhar, emprestando nossa experiência aos parlamentares, visando a estabilidade da relação de trabalho entre atletas e clubes.
5. Como está a interação da FENAPAF com os atletas?
Temos 18 sindicatos em plena atividade, fazendo visitas aos clubes, levando ações, benefícios, informações. Nosso departamento jurídico está cada vez mais valorizado e há dois meses entramos definitivamente nas redes sociais, através do facebook, instagran, twiter, Youtube. Não é fácil o começo mas temos crescido. Gravamos vídeos em que conversamos com os atletas tipo “olho no olho”, entende? até questões trabalhistas como direito às férias coletivas, repouso semanal, direito de arena, nossas viagens, tudo é motivo de interação com os atletas e as redes sociais tem sido um grande instrumento. Nosso website fenapaf.org.br é atualizado e está sendo modernizado em padrões internacionais. Isso tudo facilita à imprensa divulgar nosso trabalho.