A Fenapaf (Federação Nacional de Atletas Profissionais de Futebol) esclarece que as reivindicações dos atletas, que compõem o Bom Senso FC, são assuntos já debatidos e alguns até resolvidos há tempo em favor dos jogadores e do futebol brasileiro.
Os pontos questionados pelos atletas que levarão a pauta para a CBF serão esclarecidos abaixo e como estão definidos pelas entidades.
Férias –a Lei Pelé determina 30 dias de férias após o término do ano esportivo. As férias estão sendo cumpridas todos os anos. Nesse ponto, a Fenapaf não vê o porquê da reivindicação.
Pré-temporada – Ficou estabelecida a pré-temporada de um mês a partir de 2015, quando não haverá jogos em janeiro. Essa definição foi acertada na última semana em reunião na CBF com a Ferj, Rede Globo, clubes e atletas presentes. Não há o que reivindicar se o assunto já está resolvido.
Fair Play Financeiro – Ponto importante e que ao longo desses últimos anos a Fenapaf tentou criá-lo através da Lei Pelé. Infelizmente não houve êxito. Esse modelo existe na Europa, mas não foi implantado no Brasil. O mais próximo que se conseguiu foi o acordo feito pelo SAPESP que, através de acordo com a Federação Paulista, colocou no regulamento a perda de pontos para quem não cumprisse as obrigações salariais com os atletas. Esse grupo terá dois caminhos a seguir para chegar nesse ponto, através de lei, como foi proposto, ou, através do regulamento das competições feito pela própria CBF.
Participação no Conselho Técnico –De extrema importância. A Federação e os Sindicatos sempre reivindicaram a participação ativa dos atletas, mas a distância dos representantes dos atletas nos clubes sempre foi mantida, numa demonstração clara de falta de interesse de se permitir uma participação mais efetiva das entidades representativas.
Calendário –Em reunião recente com a Rede Globo e os clubes, foi discutida a necessidade de se jogar menos. O argumento é que os clubes têm que jogar para obter receita. O Brasileiro e a Libertadores são obrigatórios, não há como se negar a jogar. A Copa do Brasil e a Sul-Americana são opcionais, ficando a critério dos clubes participarem ou não. Na reunião citada, a Federação ponderou exatamente isso, que os clubes deveriam decidir se querem jogar mais, receber mais ou tudo isso e render menos no campo devido ao cansaço impostos aos jogadores. Neste caso, os próprios jogadores terão de convencer seus clubes a não estarem em todas as competições, assim diminuiriam as datas de jogos.
A Fenapaf elogia a postura e o engajamento dos atletas nessas causas, mas salienta que algumas dessas reivindicações já foram resolvidas e as outras, através do diálogo e de proposta de lei, não obtiveram êxitos.
Desejamos sorte a eles.
Alfredo Sampaio
Vice-presidente da Fenapaf