Premiação dos melhores do Campeonato Brasileiro da Série A, revela a imensidade da festa do tamanho da grandeza deste país, pentacampeão e maior referência no mundo do futebol. Merecemos.
Feliz pois a homenagem é justa, homens que emocionam o Brasil 11 meses, enchem casas de espetáculos, empregos mil, honras e méritos são poucos. Emocionar um povo é divino, repiso.
Éramos 18 mil atletas profissionais de futebol o ano passado, caímos pra 11.534 trabalhadores registrados e que tem no exercício desta profissão a oportunidade de trabalhar, fazer famílias, crescer como cidadãos brasileiros dignos e capazes de levar o nosso país pro futuro. É a tal da cidadania, constitucional inarredável da Carta de Outubro. Lembro de tudo o que o velho Ulisses Guimarães sonhou e realizou.
Perdemos quase 7 mil postos de trabalho em um ano.
Postos de trabalho?
Verdade, perdoem-me o equívoco. Não são postos de trabalho.
O nosso País sofre um grave problema de falta de oportunidades nesta profissão. Perdemos 7 mil contratos de apenas 2 ou 3 meses em um ano. Os atletas de futebol no Brasil não se resumem àqueles da festa da última segunda feira. Não, de uma vez por todas, precisamos mostrar que a realidade é outra, e faz pena.
A maioria dos clubes sequer cumprem as mínimas formalidades pra se dizer que o trabalhador está empregado. Atletas sonhadores, apenas.
Digo aos atletas homenageados na última 2ª feira que há necessidade de mudar esta realidade, com a força que eles tem para lutar pelo direito de todos.
Milhares de pais de família estão desempregados desde março, abril, meses atrás. O desemprego em massa arrasa nossa história, fulmina a moral cinco estrelas e o sonho de alguns, inclusive o meu.
Declínio moral, famílias devastadas, não dá.
Que, à força do esporte, a genialidade dos atletas seja realçada e a inteligência de todos compensem essas distorções. Renovem-se os valores da família e no esporte se tenha o caminho. Isolar as diferenças e amarguras sociais é tudo.
Esta categoria merece respeito.
Felipe Augusto Leite
FENAPAF